Ação policial em Macapá termina com sete mortos; governador determina afastamento de PMs e cobra investigação rigorosa

Os policiais envolvidos na operação foram afastados de suas funções operacionais.

Uma operação da Polícia Militar do Amapá, realizada na madrugada de domingo (4), no bairro Pantanal, na zona norte de Macapá, resultou na morte de sete pessoas, gerando grande repercussão e questionamentos sobre a atuação policial. O governador do estado, Clécio Luís (Solidariedade), determinou o imediato afastamento dos policiais militares envolvidos e cobrou uma apuração rigorosa dos fatos, prometendo agir com “firmeza e responsabilidade” para esclarecer o caso.

Segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a ação foi desencadeada após denúncias de tráfico de drogas e presença de indivíduos armados na região. A operação culminou na morte de ocupantes de um veículo, que foi alvejado por dezenas de disparos, conforme vídeos que circulam nas redes sociais. Imagens mostram o carro cravejado de furos, reforçando os relatos. Entre os mortos, foi identificado Erick Marlon Pimentel Ferreira, o Billy, apontado pela polícia como líder do tráfico de drogas na Zona Norte de Macapá, com extensa ficha criminal. Outros dois suspeitos ainda estão em processo de identificação.

Govenador Clécio Luís. Foto: Divulgação.

Pronunciamento do Governador

Clécio Luís, que está em viagem aos Estados Unidos para tratar de assuntos relacionados ao Amapá, se pronunciou por meio de suas redes sociais assim que tomou conhecimento do ocorrido. “Acabo de pousar em Houston (EUA), após 17 horas de viagem. Assim que tomei conhecimento da operação da Polícia Militar, que resultou na morte de sete pessoas, determinei a imediata e rigorosa apuração dos fatos”, declarou o governador. Ele reforçou que a Sejusp e a Polícia Civil já iniciaram investigações para verificar possíveis excessos ou uso desproporcional da força por parte dos agentes, além de garantir apoio às famílias das vítimas.

Repercussão e Controvérsias

A ação policial gerou indignação entre moradores e ativistas, que questionam a versão oficial apresentada pela PM. Nas redes sociais, o internautas classificam o episódio como uma “chacina”. Relatos de moradores do bairro Pantanal sugerem que algumas das vítimas seriam jovens que retornavam de uma partida de futebol, levantando dúvidas sobre a legitimidade da operação. “Eram meninos que vinham do futebol”, relatou um morador ao jornal Estadão.

Registro da ação feito por transeuntes. Foto: Reprodução.

Investigação em Curso

A Sejusp informou que a Polícia Civil está conduzindo a investigação com “rigor e imparcialidade” para apurar as circunstâncias do confronto. Um inquérito foi aberto para determinar se houve abuso de autoridade, uso excessivo de força ou irregularidades na conduta dos policiais. “Se forem identificados excessos ou uso desproporcional da força, o Estado tomará todas as medidas cabíveis”, declarou a secretaria em nota oficial.

Os policiais envolvidos na operação foram afastados de suas funções operacionais até a conclusão das investigações, conforme determinação do governador. A medida visa garantir a isenção no processo e evitar possíveis interferências. Além disso, a Sejusp anunciou que prestará assistência às famílias das vítimas, embora detalhes sobre a natureza desse apoio ainda não tenham sido divulgados.