Mais de 3 mil atendimentos foram feitos para ribeirinhos do Bailique no retorno das atividades. Foto: PMM Da REDAÇÃO
Centro da primeira polêmica política do ano, após vários meses, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial Dra. Célia Trasel voltou, finalmente, a operar. Após denúncia de quase 2 anos de abandono, a embarcação criada para atender à população ribeirinha de distritos da capital amapaense fez a sua primeira viagem de 2025, entre os dias 18 e 20 de fevereiro, segundo divulgou a Prefeitura de Macapá.
Neste retorno, uma equipe de 30 profissionais atendeu as comunidades ribeirinhas de Itamatatuba, Jangadinha, Jaburuzinho e Andiroba, no Distrito do Bailique. Durante os três dias de operação, a UBS Fluvial registrou um total de 3.107 atendimentos, contemplando serviços como consultas médicas, atendimento psicológico, odontológico e de enfermagem, além de exames laboratoriais, vacinação e distribuição de medicamentos.
A retomada dos atendimentos ocorre após uma série de denúncias sobre o estado de abandono da UBS Fluvial. Adquirida pela PMM em 2018, na gestão do então prefeito Clécio Luís – atual governador do estado – por R$ 1,9 milhão, a embarcação permaneceu inativa nos últimos dois anos, segundo denúncias do vereador Claudiomar Rosa (PT). O parlamentar lidera a oposição ao prefeito Dr. Furlan (MDB) na Câmara de Macapá.
Em janeiro deste ano, a embarcação foi encontrada em avançado estado de deterioração num pequeno porto do Igarapé da Fortaleza, a 17 km do Centro de Macapá. Claudiomar Rosa esteve à frente das denúncias e críticas sobre a falta de manutenção, o que lhe rendeu uma retaliação política.
Ele revelou que os profissionais de saúde contratados para atuar na UBS Fluvial continuavam recebendo salários da prefeitura, mesmo sem prestar os serviços.
Poucas semanas após essas denúncias, a licença do vereador das atividades como professor da rede municipal foi cancelada pela gestão de Furlan. O comunicado da Secretaria de educação de Macapá determinou o retorno de Claudiomar às salas de aula da rede municipal. O parlamentar classificou a medida como uma tentativa de retaliação política.
“Vou retornar às salas de aula com dignidade, mas não deixarei de exercer meu papel como vereador e fiscalizar a gestão pública”, declarou.
A decisão gerou repercussão nos bastidores políticos, levantando questionamentos sobre o uso de medidas administrativas para silenciar opositores.
De qualquer forma, a retomada das atividades da UBS Fluvial, após a repercussão das denúncias, é vista como uma vitória para as comunidades ribeirinhas, que finalmente voltam a contar com assistência básica de saúde após um longo período de negligência.
