A polêmica sobre o resultado do Carnaval 2025 continua. A Associação Universidade de Samba Boêmios do Laguinho declarou que não aceita o título da Piratas Estilizados e entrou com um recurso administrativo contra a decisão da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap). Além disso, a escola pede o impeachment do presidente da Liesap, Jocildo Lemos, alegando falta de transparência na apuração e descumprimento do regulamento.
A indignação da Boêmios do Laguinho veio à tona ainda durante a leitura das notas, no Sambódromo de Macapá, na quarta-feira (5). Integrantes da escola entraram em confronto com a segurança do evento e a Polícia Militar precisou intervir. Cadeiras foram arremessadas e houve o uso de gás lacrimogêneo para conter a confusão.

Recurso e denúncias contra Piratas Estilizados
No recurso enviado à Comissão Julgadora, a Boêmios do Laguinho afirma que a Piratas Estilizados deveria ter sido penalizada por descumprir o regulamento do desfile. Segundo a denúncia, a campeã teria deixado de deslocar todas as suas alegorias e trípés para a área de concentração no horário estabelecido, ferindo o Artigo 24 do Estatuto da Liesap.
A diretoria da Boêmios argumenta que vídeos anexados ao processo mostram que, às 17h do dia do desfile, a Piratas Estilizados ainda mantinha seu abre-alas dentro do barracão, acumulando um atraso de duas horas, o que teria prejudicado a logística e a organização da apresentação.

Nota oficial e ameaça de rompimento com a Liesap
Em nota oficial, a Boêmios do Laguinho criticou duramente a Liesap, acusando a entidade de desrespeitar as escolas e a cultura do carnaval amapaense.
“Falta de transparência, notas questionáveis e decisões sem explicação clara mancham a festa que deveria ser do povo. Se for necessário, as escolas devem se unir e criar uma nova liga, com justiça e transparência!”, diz o comunicado.
A agremiação reforça que sua equipe jurídica já foi acionada e tomará todas as medidas cabíveis para reverter o resultado e garantir a legalidade da apuração.