por BRENNO BRAZÃO
Em entrevista à rádio Diário do Amapá nesta quarta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em conceder o licenciamento ambiental necessário para que a Petrobras avance nas pesquisas de exploração de petróleo na Margem Equatorial. Para Lula, a burocracia tem dificultado o andamento do processo.
“O que não dá é para a gente ficar nesse ‘lenga-lenga’. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo. A Petrobras é uma empresa responsável, tem a maior experiência de exploração em águas profundas”, afirmou o presidente, destacando que todos os cuidados ambientais serão tomados.
Lula também reforçou que a exploração é essencial para o desenvolvimento econômico e para viabilizar investimentos na transição energética do Brasil. “A gente não pode saber que tem uma riqueza embaixo de nós que não vamos explorar”, completou.
Contexto da exploração de petróleo na Margem Equatorial
A Margem Equatorial é uma região que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e é apontada como uma das novas fronteiras petrolíferas do país. A Petrobras busca a autorização para perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá, mas enfrenta entraves no processo de licenciamento ambiental.
O Ibama negou o pedido da Petrobras em 2023 e 2024, alegando riscos ambientais e falta de estudos mais detalhados sobre os impactos na biodiversidade marinha. O órgão reforçou preocupações com possíveis vazamentos de óleo e a dificuldade de resposta emergencial na região.
Por outro lado, o Governo do Amapá defende que a exploração pode trazer desenvolvimento econômico, geração de empregos e aumento na arrecadação de recursos para o estado. Autoridades locais e setores produtivos pressionam pela liberação do projeto, argumentando que o petróleo pode ser um fator estratégico para a economia regional.
A Petrobras tem reiterado que está seguindo todos os protocolos ambientais e apresentou novos estudos para tentar reverter a negativa do Ibama. A decisão sobre o licenciamento segue em discussão no governo federal, dividindo opiniões entre ambientalistas, a indústria petrolífera e lideranças políticas.