Teles Júnior: “O Amapá paga a conta da crise climática e não recebe nada em troca”

Vice-governador criticou o descaso federal com a Amazônia e o petróleo.

O vice-governador do Amapá, Teles Júnior, fez duras críticas à falta de visão estratégica do governo federal em relação ao desenvolvimento da Amazônia e à exploração de petróleo na Margem Equatorial. Em entrevista ao jornalista Weverson Castro, ele destacou que o Amapá tem sido penalizado pelas exigências ambientais, sem contrapartidas reais para o seu crescimento econômico.

“Nós [o Amapá] queremos pagar aqui a conta da crise climática e não recebemos nada em troca. China, que tem projeto nacional, tá pouco se lixando para crise climática. O Brasil perdeu a capacidade de sonhar em ser potência no futuro.”

Teles ressaltou que o Brasil perdeu a capacidade de pensar o futuro com grandes projetos de Estado, como nos tempos de Getúlio Vargas, JK e Castelo Branco. Para ele, a demora na emissão da licença ambiental para a exploração da costa amapaense é um reflexo dessa ausência de planejamento estratégico.

“Quando se criou a Petrobrás, se criou com uma visão de que nós tínhamos um projeto nacional de desenvolvimento. De que o petróleo era estratégico. Era geopoliticamente necessário que o Estado controlasse isso para atender os interesses do Estado e do Brasil na América Latina. Nós perdemos essa visão.”

A fala ocorre em meio às discussões sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, considerada uma das novas fronteiras energéticas do Brasil, mas que ainda enfrenta entraves para avançar. Para Teles Júnior, é hora de o país voltar a sonhar grande — e com a Amazônia no centro desse projeto.